"Variações" por Mariana Koba

António Joaquim Rodrigues Ribeiro (Amares,1944 - Lisboa, 1984), conhecido como António Variações, em permanente insatisfação e vontade de mudança e com a vida a latejar-lhe no corpo, seguiu o que cantava em "Mudar de vida" (1984): mudou-se para Lisboa, emigrou, voltou ao país de origem, tornou-se barbeiro - É p'ró menino e p'ra menina -, sempre com a ambição de fazer carreira na música, a cantar em português. Figura vistosa e bizarra "fazia parar o trânsito ao descer a Avenida da Liberdade, vestido de branco, chapéu colonial e papagaio colorido de madeira encarapitado no ombro. Um sapato de cada par, uma meia de cada cor, como se a sua figura fosse incapaz de acertar com as regras do bom uso e do bom-tom" (Jornal i, 2018).      
Tímido e discreto, porém exótico, a excentricidade e a performance inovadoras marcaram a sua vida pessoal e artística, o Portugal amarelecido e de "peúgas brancas"  e tornaram-no num fenómeno na História da música portuguesa, conjugando vários estilos, qualquer coisa situada "entre a Sé de Braga e Nova Iorque", dizia o performer.   
      É António Variações que explica, em entrevista, o nome adotado: "Variações é uma palavra que sugere elasticidade, liberdade. E é exactamente isso que eu sou e que faço no campo da música (Jornal i , 2018)" e da vida.  


Trabalho realizado pela aluna Mariana Koba, no âmbito da disciplina de Português Língua Não Materna (PLNM), a partir do filme "Variações" coordenado pela professora Isabel Dias.

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